terça-feira, 26 de agosto de 2014

UMA "RECEITA DE BOLO" POSSÍVEL PARA O ESTUDO

   Como sempre falo, não existe uma maneira certa e nem uma fórmula tipo “receita de bolo” para estudar. O concurseiro deve utilizar a técnica com a qual melhor se identifica. Mas, de modo geral, algumas atividades são indispensáveis. Falarei a seguir um pouco mais sobre as atitudes a serem tomadas para iniciar com o pé direito o estudo e algumas etapas que não podem faltar na sua preparação.
   Ter estratégia para estudo é uma das condutas mais importantes para o aprendizado, é o plano que você irá desenvolver. São muitas as estratégias, para as diferentes metas e a melhor é, justamente, aquela que envolve o todo do projeto e com a qual você melhor se identifica.
  Ao escolher sua estratégia é necessário observar três fatores: a personalização, sua flexibilidade para adequá-la e a avaliação do custo benefício que trará para você.
   Nenhuma técnica está “escrita na pedra” é sempre possível modificá-la para melhor atender às suas necessidades. As preferências pessoais irão moldar as melhores estratégias e os resultados virão com a intimidade com a técnica e o autoconhecimento que determinarão suas escolhas. Proponho, a seguir, um exemplo possível de estratégia de estudo, comentando seus itens:
  • Assistir às aulas: alguns concurseiros têm a possibilidade (condição financeira e tempo) de frequentar um curso preparatório ou aulas das disciplinas exigidas pelo edital em cursos de extensão e universidades. Para aqueles que têm essa oportunidade, assistir às aulas, frequentá-las com assiduidade e tirar eventuais dúvidas é uma excelente forma de auxiliar na preparação. Os professores dos cursos são fonte de informação e vão ajudá-lo a orientar seu estudo e direcioná-lo para que seja bem-sucedido.
     
  • Realizar anotações: anotar o conteúdo de aulas é uma prática antiga que auxilia na memorização de um dado conteúdo. Anotar é a melhor maneira de recordar. Outra forma de colocar as anotações de uma forma ainda mais prática é dispondo-as em mapas mentais. A técnica de mapas mentais constitui-se em dispor a informação em desenhos simples que remetam ao conteúdo da matéria. Por ser uma forma mnemônica de estudo possui grande eficiência. Reforço que os mapas são uma técnica de memorização, ou seja, não dispensam a leitura e compreensão da matéria.
     
  • Leitura inicial (livros, códigos, doutrina, súmulas etc.): a maior parte dos concurseiros começa exatamente nessa fase. Sem as aulas para dar o suporte ao estudo, eles partem do edital e pelas obras de referência estudam os conteúdos que serão cobrados. A leitura é indispensável para qualquer certame. Leia, inclusive, comentários e repercussões sobre as provas nessa leitura inicial.
     
  • Leitura aprofundada: após feita a primeira leitura é chegada a hora de ler profundamente, destacando as partes mais importantes do texto. Nesse momento é valido sublinhar, marcar com marca-texto, envolver, comentar nas bordas, colocar símbolos e setas, enfim, tudo que facilite a apreensão do conteúdo. A técnica da leitura dinâmica pode ser utilizada em qualquer fase da leitura e irá ajudar o concurseiro a ganhar tempo, entretanto, deve ser feita corretamente, não se trata de “ler rápido”, trata-se de “ler eficiente”.
     
  • Elaboração de resumos: o próximo passo após a leitura aprofundada é exatamente a elaboração de resumos, com os elementos que foram destacados em sua leitura aprofundada. Como as anotações de aula, são extremamente úteis na preparação, especialmente por destacarem o mais importante na matéria. O resumo, em si, já é uma forma de estudar, porque ao transcrever o conteúdo acabamos por fixá-lo. Não confundir, no entanto, transcrever simplesmente com fazer um resumo. Ao resumir você tem de prestar atenção ao todo da matéria e, até mesmo, realizar remissões no assunto.
     
  • Realização de exercícios: sem dúvida alguma uma das etapas mais importantes em sua sequência de estudos, a realização de exercícios, especialmente a resolução de provas anteriores, é indispensável uma vez que, além de auxiliá-lo na revisão, irá prepará-lo para o estilo de prova de determinadas bancas. Estar familiarizado com o estilo de pergunta ou “pegadinhas” propostas é uma boa parte do caminho para o sucesso. Alguns conteúdos também tendem a se repetir, dessa maneira, ter feito prova anteriores é uma forma de se antecipar e prever provas futuras.
     
  • Revisão dos assuntos ainda não consolidados: após toda a revisão e leitura é normal que alguns assuntos não se tenham consolidado na mente dos concurseiros. Um bom termômetro para medir essa assimilação é, justamente, a realização de provas anteriores. Aquelas questões que foram respondidas de maneira incorreta, porque o candidato, realmente não dominava o assunto – e não porque resolveu mudar a resposta na última hora – devem ter seu conteúdo reforçado. Releia os resumos e marcações no livro, faça novos comentários e relacione o conteúdo de maneira a facilitar a conexão com outros assuntos mais fáceis para você.
     
  • Revisão dos resumos: assim como é necessário rever os resumos e fazer novos comentários, em muitos casos será necessário refazê-los, seja para complementá-los ou simplificá-los. É comum que os primeiros resumos sejam bastante complexos e com muitas informações, quando o ideal é mantê-los bastante simples. Revisar o seu resumo pode corrigir essas pequenas falhas e otimizar seu estudo.
   Esse é um dos caminhos a se trilhar, não é o único, mas ao longo de minha experiência, têm funcionado e ajudado muitas pessoas em suas aprovações. Insisto, você deve descobrir qual o melhor método para você!   
   Como você fica confortável ao estudar, às vezes ir à aula após já ter estudado profundamente a matéria pode ajudá-lo a sanar as dúvidas finais que ficaram etc. Antes de escolher a sua sequência de estudo, no entanto, tenha em mente que a boa preparação exige muito afinco e dedicação. Não necessariamente passar horas a fio estudando, mas estudar com qualidade. Você faz sua aprovação, comece já!


William Douglas é juiz federal, professor universitário, escritor e conferencista. Foi primeiro colocado em diversas seleções.

Fonte: UOL

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