Ao
longo de séculos de história, os principais conflitos bélicos foram
protagonizados por países. Nas duas últimas décadas, porém, um novo fenômeno
apareceu com o desenvolvimento dos grupos terroristas, como a Al Qaeda, a Jihad
islâmica e o Hamas. Em geral, esses grupos pregam a destruição da sociedade
capitalista, defendem algum tipo de interesse extremista e atacam alvos civis
ou militares para implantarem o terror em uma determinada região.
Esse é o caso dos Boko-Haram. Fundado na
Nigéria em 2002, o Boko-Haram tem estado em destaque nos noticiários do mundo
desde o sequestro de mais de 200 estudantes mulheres na Nigéria em abril de
2014, oriundas de uma grande comunidade cristã no país. Após ameaçarem vender
as meninas para homens interessados em se casar com elas, os terroristas já
sugeriram trocá-las por membros do grupo que estariam presos. O caso vem
movimentando a comunidade internacional, que teme pela transferência das
meninas para outros países africanos, o que dificultaria ainda mais a
libertação das jovens
Enquanto as
jovens nigerianas ainda seguem desaparecidas, os militantes do Boko-Haram
voltaram a espalhar o terror na Nigéria, no último dia 21 de junho, em ataques
no norte do país.
Mais de 10 pessoas foram mortas a tiros perto da mesma comunidade cristã que
fora alvo do sequestro das meninas em abril.
Defesa das leis radicais islâmicas
Apesar da recente comoção, o Boko-Haram vem chamando a atenção do mundo desde 2009, quando houve confrontos entre seus militantes e policiais nigerianos. Nesse ataque morreram mais de 700 pessoas, dentre elas, Mohammed Yusuf, fundador do grupo terrorista. A morte de Yusuf não acabou com o grupo terrorista, que voltou a espalhar o terror na Nigéria sob as ordens de Abubakar Shekau, então braço direito do antigo líder.
Apesar da recente comoção, o Boko-Haram vem chamando a atenção do mundo desde 2009, quando houve confrontos entre seus militantes e policiais nigerianos. Nesse ataque morreram mais de 700 pessoas, dentre elas, Mohammed Yusuf, fundador do grupo terrorista. A morte de Yusuf não acabou com o grupo terrorista, que voltou a espalhar o terror na Nigéria sob as ordens de Abubakar Shekau, então braço direito do antigo líder.
Ainda que a arma dos Boko-Haram seja o
terrorismo, inicialmente, os nigerianos eram encarados apenas como um grupo
radical de oposição ao governo local, acusado por eles de corrupção, uso
abusivo da força e de fomentar a pobreza na região. Entretanto, ataques como o
da sede da ONU na capital nigeriana, Abuja, atentados contra civis e a oposição
radical do grupo aos cristãos do sul da Nigéria levaram a comunidade
internacional a declará-lo como um grupo terrorista em 2013.
Além
das críticas ao governo nigeriano, os Boko-Haram também voltam suas baterias
contra a cultura ocidental, considerada por eles como pecaminosa. Na opinião do
fundador do grupo, Mohammed Yusuf, os valores ocidentais implantados pelos
britânicos na época da colonização do país seriam o principal motivo para o
atual subdesenvolvimento da Nigéria. Em contra-partida, o grupo defende a
imposição da sharia, a lei radical islâmica, em toda a Nigéria, bem como
condenam o fato de mulheres frequentarem as escolas.
Grupos
como o Boko-Haram vêm se espalhando pelo mundo e se beneficiam, principalmente,
do subdesenvolvimento de diversos países na África e na Ásia. A desigualdade
social e a frequente morte de pessoas por fome são terrenos férteis para o
radicalismo e o surgimento de "líderes salvadores". Muito mais do que
atacar esses grupos com armas, a comunidade internacional faria um bem maior se
buscasse reduzir as mazelas nas regiões mais pobres do mundo. Só assim o mundo
poderá ficar livre desse tipo de violência. Do contrário, a tendência é que
esse tipo de confronto armado se espalhe, ampliando a atuação do terror em uma
guerra sem precedentes na história.
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