USP: Grade horária do curso de medicina terá mudanças a partir do ano que vem
(Thinkstock/VEJA)
Alterações incluem redução da carga horária e avaliações periódicas feitas por especialistas americanos.
Com foco em internacionalização e carga horária
reduzida em 30%, o curso de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) deve
mudar o seu currículo em 2015. A proposta é aumentar convênios com escolas
estrangeiras, para receber e enviar alunos, e passar por avaliações periódicas
de especialistas americanos, além dos exames internos. Já a grade flexível
reflete a aposta no aprendizado fora da sala de aula.
O total de horas da graduação passará de quase 11.000
para 7.200, com o objetivo de dar mais tempo para que alunos tenham outras
atividades, como iniciação científica, projetos de extensão ou esportes.
"O curso estava inchado. Vamos liberar tempo para outras atividades, com
avaliação e acompanhamento", diz Edmund Baracat, presidente da Comissão de
Graduação da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
Não haverá divisão por disciplinas, mas por unidades
curriculares, para facilitar a integração entre conteúdos e departamentos.
Especialistas de escolas americanas e canadenses, que serviram de inspiração
para a nova organização de disciplinas, visitaram a FMUSP nos últimos dois anos
para ajudar na mudança. Outra novidade é um "mini-college", período
no início do curso que servirá de transição do ensino médio para o superior.
"O aluno não deve ir para o laboratório de fisiologia logo depois que
entra", explica o vice-diretor José Otávio Costa Auler.
Segundo ele, a tendência é que outros cursos sigam os
passos da USP. "Sempre tivemos esse perfil de pioneirismo, que influencia
outras escolas", diz. A demanda por mais treinamento na atenção básica e
saúde da família também foi levada em consideração. "Vai ser aprimorado,
com maior integração desse conteúdo ao longo do curso. Mas já tínhamos um
trabalho importante nesse sentido."
A avaliação permanente será outra característica do
novo currículo. Além das provas comuns, haverá exames internos semestrais e
bianuais para medir o nível dos alunos e do ensino. Os estudantes também
passarão por provas externas, aplicadas pela International Foundation of
Medicine, dos Estados Unidos, ao fim do segundo, quarto e sexto ano.
Olhar para fora
Outra das metas para a nova fase do curso é enviar
pelo menos 25% dos alunos para intercâmbios reconhecidos. A diretoria tem
aumentado o número de convênios com faculdades do exterior para facilitar a
validação das disciplinas cursadas fora. Já para a oferta de bolsas não há
mudanças: os alunos poderão concorrer nos editais do Ciência sem Fronteiras,
programa de intercâmbios do governo federal, ou tentar os auxílios pagos pela
própria USP. A crise financeira da universidade, porém, fez a reitoria dar
prioridade neste ano à oferta de bolsas para os cursos de Humanas, área não contemplada
pelo programa.
(Com Estadão
Conteúdo)
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