sexta-feira, 1 de agosto de 2014

A IMPORTÂNCIA DO ATO DE ESCREVER

inf abril 
 

A escrita correta das palavras ajuda a organizar o pensamentoFábio Delano Vidal Carneiro – Ph.D em Linguística
 
Já viram alguma criança de 7 ou 8 anos escrever: “Eu ovi o maior barulo”? Engolir letras é normal nessa fase do aprendizado da linguagem escrita. Entretanto, ao contrário do que alguns professam erroneamente, não se pode “esperar um tempo certo” para a criança aprender. Se não houver intervenções de adultos – pais e professores – a criança vai chegar à adolescência com erros fossilizados.
Na verdade, a escrita é um construto social e para que se possa fazer uso de qualquer obra cultural é preciso que os novos humanos (as crianças) sejam formados para participar das atividades sociais em que essas obras culturais (no caso a escrita) são utilizadas.
Encontramos em produções textuais de adolescentes e adultos, o resultado do nosso desleixo enquanto pais e educadores. São comuns erros como “Ele devia está brincando”, ou pior, “Os bandidos matarão 7 reféns inocentes no roubo de ontem”. Evidentemente, que esses erros demonstram uma desorganização do pensamento, ou uma dissociação entre o que se desejar expressar e as estruturas linguísticas adequadas para fazê-lo.
Portanto, não abandone seu filho em relação à consciência das regras e regularidades ortográficas. Sempre que ele errar, leve-o a refletir. Faça-o consultar o dicionário. Explique para ele a diferença que há entre a maneira como pronunciamos as palavras e a maneira como as escrevemos. A psicolinguística explica que aos poucos criamos um dispositivo mental denominado de “monitor” (Krashen, 1985), que nada mais é do que um autoalerta para verificarmos se aquilo que dizemos ou escrevemos está realmente correto ou não.
No caso da ortografia, é preciso que ajudemos as crianças a criarem seu próprio “monitor mental” e elas só serão capazes de fazê-lo se forem devida e constantemente orientadas.

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