A escrita correta das palavras ajuda a organizar o pensamentoFábio Delano Vidal Carneiro – Ph.D em Linguística
Já viram
alguma criança de 7 ou 8 anos escrever: “Eu ovi o maior barulo”? Engolir letras
é normal nessa fase do aprendizado da linguagem escrita. Entretanto, ao
contrário do que alguns professam erroneamente, não se pode “esperar um tempo
certo” para a criança aprender. Se não houver intervenções de adultos – pais e
professores – a criança vai chegar à adolescência com erros fossilizados.
Na verdade,
a escrita é um construto social e para que se possa fazer uso de qualquer obra
cultural é preciso que os novos humanos (as crianças) sejam formados para
participar das atividades sociais em que essas obras culturais (no caso a
escrita) são utilizadas.
Encontramos
em produções textuais de adolescentes e adultos, o resultado do nosso desleixo
enquanto pais e educadores. São comuns erros como “Ele devia está brincando”,
ou pior, “Os bandidos matarão 7 reféns inocentes no roubo de ontem”.
Evidentemente, que esses erros demonstram uma desorganização do pensamento, ou
uma dissociação entre o que se desejar expressar e as estruturas linguísticas
adequadas para fazê-lo.
Portanto,
não abandone seu filho em relação à consciência das regras e regularidades
ortográficas. Sempre que ele errar, leve-o a refletir. Faça-o consultar o
dicionário. Explique para ele a diferença que há entre a maneira como
pronunciamos as palavras e a maneira como as escrevemos. A psicolinguística
explica que aos poucos criamos um dispositivo mental denominado de “monitor”
(Krashen, 1985), que nada mais é do que um autoalerta para verificarmos se
aquilo que dizemos ou escrevemos está realmente correto ou não.
No caso da
ortografia, é preciso que ajudemos as crianças a criarem seu próprio “monitor
mental” e elas só serão capazes de fazê-lo se forem devida e constantemente
orientadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário