segunda-feira, 4 de agosto de 2014

8 MOTIVOS PARA FAZER (BEM) NO ENEM

Apesar de nem todas as universidades terem aderido ao Enem como critério único de seleção, grande parte o utiliza ao menos como parte do processo seletivo. "E esse, por si só, já seria um bom motivo para prestar a prova com seriedade", afirma Heliton Ribeiro Tavares, diretor de Avaliação da Educação Básica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Até a  mudança no exame, realizada em 2009, muitos estudantes faziam apenas a parte que lhes interessava do Enem para evitar o desgaste de mais umas provas de seleção. Se a redação não contava pontos para o ingresso na universidade almejada, por exemplo, era deixada em branco. Resultado: a nota do Enem não refletia os conhecimentos reais daquele aluno e, no seu conjunto, não poderia ser considerada um indicador de qualidade confiável do conteúdo do Ensino Médio nas escolas. Mas, desde de 2009, isso mudou. "Os estudantes têm de fazer a prova com muito mais seriedade", afirma o diretor do Inep. Levar sério o Enem é uma maneira de ter um indicador de qualidade confiável das escolas. Além disso, serve como autoavaliação para cada um dos alunos e pode ser um "simulador" do vestibular.

É muito importante fazer a prova dando o máximo de si porque a nota do Enem constitui o mais importante indicador de qualidade do Ensino Médio brasileiro, tanto para escolas públicas como para as privadas. Se você vai prestar o Enem, leia as dicas abaixo para entender por que ele é um exame tão importante. E saiba que, quando chegar a prova, é importante ter uma boa alimentação, dormir bastante e resolver as questões com tranquilidade. Vai ser bom para você, para a sua escola e para o Brasil.
Como o Enem é uma prova preparada para os alunos que estão concluindo o Ensino Médio, serve também como uma avaliação individual. "A partir do resultado da prova, o estudante pode descobrir como está ao final da escola, fazer um balanço do que aprendeu e do que não aprendeu", afirma Adilson Garcia, diretor do Colégio Vértice, primeiro colocado no Enem 2008 entre as escolas da capital paulista. Além da autoavaliação, é uma oportunidade de os alunos descobrirem como estão em relação aos colegas da mesma escola ou da mesma cidade, por exemplo. "A prova, que tem um caráter interdisciplinar, serve também para que o aluno faça uma avaliação comparativa, verificando como foi o seu desempenho em relação aos colegas e, possivelmente, concorrentes no vestibular", completa o diretor do Vértice, escola que, desde 2005, ocupa as primeiras posições no ranking do Enem.
Às vésperas do vestibular, ter mais um momento de aprendizado é algo valioso para quem passou o ano estudando. "Embora alguns concursos tenham características diferentes, com conteúdos mais específicos, o Enem pode ser considerado uma prévia do vestibular", diz Blaidi Sant'anna, diretor pedagógico do Ensino Médio da Escola Móbile, terceiro lugar no ranking das escolas da capital paulista em 2008. De acordo com ele, quem consegue ler, interpretar gráficos e se sair bem em uma prova indisciplinar como o Enem também fará uma pontuação boa no vestibular. Por isso, os alunos que encararem o Enem como um "simulador" do vestibular e levarem a prova a sério, já terão passado por uma experiência bem parecida com aquela que enfrentarão quando tentarem ingressar na universidade.
Para quem pretende ingressar nas universidades federais que adotaram o Enem como critério único de seleção, não é nem preciso dizer que a prova precisa ser feita com muita seriedade.

Nos vestibulares de inverno de 2012, o Sisu foi adotado por 56 instituições de ensino. Além, disso o Enem já é utilizado como vestibular por mais de 500 universidades e faculdades particulares inseridas no ProUni (Programa Universidade para Todos). Por isso, vale lembrar: ter um bom desempenho no Enem é importante para quem quer cursar um ensino superior de qualidade.
Para Adilson Garcia, diretor do Colégio Vértice, é possível que a nota no Enem se torne uma referência em seleções de emprego. "Em muitas seleções, é comum pedir que o candidato escreva uma redação. Portanto, é possível que, com o Enem, os empregadores passem a considerar a nota da redação como parte do processo seletivo", afirma. O próprio Inep, que é o organizador do Enem, já considerou essa possibilidade na sua página na internet, em 2009, quando classificou da seguinte forma os objetivos do exame: "O Enem busca oferecer uma referência para autoavaliação, com vistas a auxiliar nas escolhas futuras dos cidadãos, tanto com relação à continuidade dos estudos quanto à sua inclusão no mundo do trabalho. A avaliação pode servir como complemento do currículo para a seleção de emprego".
Um dos critérios para que estudantes de baixa renda consigam uma bolsa de estudos pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) em instituições privadas é ter conseguido obter a nota mínima de 45 pontos no Enem. Essa nota é uma média aritmética entre as provas de redação e de conhecimentos gerais. "Quem vai tentar uma bolsa pelo ProUni não tem nem o que pensar. Tem que fazer tanto as questões objetivas como a redação com muita atenção", diz João Pedro Mateos, professor do Curso Positivo. Mesmo assim, garantir a nota de corte nem sempre é suficiente para entrar no curso desejado, pois as vagas ficam com os candidatos que têm as melhores pontuações. Por isso, é importante que o candidato ao ProUni dê o máximo de si no Enem. Quanto maior a sua nota, maior a chance de conseguir a tão sonhada bolsa de estudos para entrar na universidade.
Educadores, professores, diretores de escolas e até o Inep concordam que o Enem não deve ser o único indicador de qualidade considerado na hora de escolher a escola em que uma criança ou adolescente vai estudar, mas é um dos indicadores. E um indicador importante. "O Enem surgiu em 1998, mas o ranking das escolas só apareceu em 2005. Desde então, vem sendo encarado como uma avaliação da escola", conta Gracia Klein, diretora pedagógica do Colégio Pentágono, que ficou na 17ª posição entre as escolas particulares da cidade de São Paulo no exame de 2008. Por isso, quanto mais alunos de uma escola fizerem a prova com seriedade, respondendo a todas as questões e fazendo a redação, mais a nota da escola será um reflexo real da qualidade (ou da falta de) da escola. "Os pais e a sociedade têm o direito de saber se determinada escola é boa ou não", diz a educadora.
Analisando o desempenho de cada um dos seus alunos, a escola pode fazer uma avaliação do seu ensino e, assim, melhorar o que precisa ser melhorado. "Com um Enem bem feito pelos estudantes, as escolas têm como ter uma exata noção de como seus alunos estão saindo do Ensino Médio", afirma Heliton Ribeiro Tavares, diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep. Mas, se os alunos não levam a prova a sério, os colégios acabam ficando com uma visão distorcida do seu desempenho. Se os estudantes não fizerem a redação, por exemplo, a escola nunca saberá o desempenho real dos alunos ao final do Ensino Médio. "Por isso, é muito importante que as escolas incentivem todos os seus alunos a fazer a prova, inclusive a redação", completa Tavares.
Além de avaliar aluno por aluno e constituir um bom indicador de qualidade das escolas, a nota do Enem pode refletir também a qualidade da Educação nos estados e municípios. "Estados e municípios podem usar o Enem para tentar melhorar a qualidade das suas escolas. Por isso, é importante que a nota do aluno reflita a realidade do aprendizado", diz Heliton Ribeiro Tavares, diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep.

Nenhum comentário:

Postar um comentário