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Plano Real completa 20 anos em 2014, portanto as chances de ele ser cobrado no
Enem são grandes. Entenda como:
O Plano Real foi
uma estratégia adotada pelo governo em 1994 a fim de, entre outras coisas,
controlar a hiperinflação econômica que o país vivia. Neste ano, o Plano
completa 20 anos, fato o que o torna um assunto relevante para aredação do
Enem 2014.
Mas, você se sente preparado para argumentar sobre o
tema? Se a sua resposta foi não, não se preocupe: a Universia Brasil conversou
com diversos professores que explicaram os pontos mais importantes que levaram
o Brasil à hiperinflação e quais eram os objetivos centrais do Plano Real.
Conhecendo bem o assunto, você conseguirá estruturar a sua redação de uma forma
muito mais segura e assertiva.
As origens da
hiperinflação
Segundo o professor de ciências políticas João
Peschanski, da Faculdade
Cásper Líbero, pode-se dizer resumidamente que a hiperinflação foi o
resultado da política inflacionária que começou no período do Milagre
Econômico, caracterizado pelo enorme crescimento do PIB (Produto Interno Bruto)
entre 1968 e 1973. “O Milagre Econômico deu-se à custa de aumento de pressões
inflacionárias e problemas na balança comercial, iniciadas com as crises dos
anos 1970”, explicou.
Além disso, o Brasil se endividou bastante com as
chamadas “obras faraônicas” e que não havia retorno desse crescimento à sociedade,
como completou o professor Elias Feitosa, que dá aulas de história noCursinho da
Poli. “O governo começou a investir obras gigantescas, como a usina
hidrelétrica de Itaipu e a rodovia Transamazônica, no entanto a pobreza
aumentou, alimentando a insatisfação popular”, afirmou.
Durante esse período o Brasil já tinha contraído
diversas dívidas externas, mas foi em 1973 que a situação se agravou: nesse ano
ocorreu a Crise do Petróleo, que culminou no aumento no valor do produto e
barrou o crescimento econômico acelerado, marcando o fim do Milagre
Econômico e o início do ciclo de dependência com o FMI, pois a saída
encontrada pelo governo para enfrentar a crise foi contrair um empréstimo.
Antes do Plano Real
Antes do Plano Real, o País passou por diversos
planos, como o Cruzado e o Bresser, porém todos falharam. “A década de 1980
ficou conhecida como ‘A Década Perdida’”, disse o professor Feitosa.
Quando Collor assume, em 1987, o Brasil já está tomado
pela inflação. O então presidente adota medidas drásticas para reverter a
situação, como explica o professor Peschanski: “Collor adotou medidas como
reformas monetárias, administrativas, fiscais e uma série de medidas
liberalizantes, como a privatização”, disse.
O resultado? Segundo o professor, uma catástrofe. “O
PIB retraiu mais do que nunca em 1990 e houve ainda confisco de liquidez. Vale
notar que houve redução inflacionária imediata (que passou de 80% ao mês a 10%
ao mês), mas isso durou pouco. Em 1991, a inflação era de 480% e, em 1993,
atinge o teto de 2.708%”, completou o professor.
O Plano Real
É importante que o aluno saiba que o Plano Real teve
três fases: a primeira foi o controle dos gastos públicos, com a criação de
novos impostos e a concessão de mais flexibilidade ao governo a fim de
facilitar a tomada de decisões mais rápidas; a segunda foi a criação da Unidade
Real de Valor (URV), que “convertia” os preços em cruzeiros para URVs
(1000 cruzeiros = 1 URV); e a terceira etapa foi a instituição do próprio Real
como moeda.
Quanto aos pontos positivos do Plano Real, o professor
Peschanski afirma que “com ele, a taxa de inflação caiu muito e de forma rápida
e, além disso, a economia cresceu”. No entanto, ele completa dizendo alguns
pontos não tão bons da estratégia: “O Plano Real é uma política insuficiente,
já que não estabelece padrões e projetos de desenvolvimento e de
redistribuição. Ele precisou (e precisa constantemente) harmonizar-se com
políticas mais ambiciosas para o país”, concluiu o professor.
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