Para explicar a TRI de maneira mais
simples, Júdice compara o sistema a uma consulta oftalmológica: “O médico
coloca uma lente atrás da outra e pede para você ler as letras. Ele conhece o
grau de cada lente. Ele não quer saber quantas letras você acertou, ele quer
descobrir o seu grau, algo interno a você. Como ele não tem acesso direto a
isso, ele usa algo externo e dependendo do padrão ele vai te posicionar em uma
escala. É isso que a TRI faz”, explica.
“Eu apresento uma série de questões
como se fossem lentes, dependendo daquelas que ele acertar eu vou saber o grau
do aluno, dependendo do acerto eu sei se ele melhorou ou piorou em leitura, em
matemática e em outras competências”, compara Júdice.
Na prática, funciona assim: uma
questão que teve baixo índice de acertos é considerada “difícil” e, portanto,
tem mais peso na pontuação final. Aquelas que têm alto índice de acertos são
classificadas como “fáceis” e contam menos pontos na nota final do candidato.
Dessa forma, dois participantes que acertaram o mesmo
número de itens poderão ter médias finais diferentes, dependendo do
nível de dificuldade de cada uma dessas questões.
Também não é possível comparar o
número de acertos nas provas de diferentes áreas do conhecimento. Se um aluno
acerta a mesma quantidade de itens nas provas de matemática e ciências humanas,
por exemplo, não significa que a pontuação obtida será igual. Isso porque o
nível de dificuldade de cada prova e dos diferentes itens que a compõem afetam
esse cálculo final.
Sistema ‘antichute’
A TRI consegue até mesmo identificar o famoso “chute”. Segundo Júdice, se um candidato só acerta questões até o nível
300, depois erra tudo e acerta uma única questão de um nível maior, o modelo
encara essa questão com um peso menor, pois considera que ela não mostra muito
bem o nível do aluno, já que no restante da prova ele está abaixo.
“O chute não vai piorar a nota,
em última instância você pode até acertar algumas questões. Existe o acerto
casual. Minha recomendação é que o aluno faça tudo, mesmo que não tenha
certeza. Vá primeiro nas questões que tem mais segurança, mas tente fazer toda
a prova, é o melhor”, afirma.
Notas máximas e mínimas
Após a divulgação do resultado individual de cada candidato no
Enem, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) também
publica as notas máximas e mínimas de cada área da prova.
Essas notas servem como parâmetro para o inscrito saber se foi bem ou mal no
exame, já que não existe 0 ou 1.000 nas provas de múltipla escolha.
A única parte da prova que não usa
a TRI para a correção é a redação. Nela é possível o candidato tanto zerar como
conseguir nota 1.000.
Fonte: http://www.segredosdoenem.org/
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