FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
Após
se consolidar como principal porta de acesso às universidades federais do
Brasil, o Enem pode se transformar, nos próximos anos, em passaporte para
ingresso em instituições portuguesas.
As universidades públicas do país
europeu estudam fazer uma adesão maciça ao exame. Segundo a Folha apurou, já
houve conversas informais entre os ministérios dos dois países sobre um acordo
único, que abarcaria todas as 14 universidades públicas de Portugal.
Isso se tornou possível devido à
mudança na legislação portuguesa sobre o assunto. Em março deste ano, o
Ministério da Educação português permitiu às instituições definir a forma de
ingresso dos estudantes internacionais. Até então, era obrigatório fazer o
"Enem" de lá.
O responsável pelo Enem) para utilizar a prova.
Neste ano, 101 brasileiros já foram selecionados com base no exame.
Editoria de arte/Folhapress | |
No mês passado, roteiro semelhante foi seguido pela
Universidade do Algarve.
"Há muito interesse nisso, e penso que
brevemente, no prazo de um a dois anos, todas as universidades portuguesas em
conjunto usarão esse modelo", disse o professor Joaquim Ramos de Carvalho,
vice-reitor para relações internacionais de Coimbra.
Aluna do primeiro semestre de
História em Coimbra, Bianca Monteiro, 18, passou em vestibulares da USP, Unicamp e UFPR (Universidade Federal do
Paraná), mas optou por estudar em Portugal. "Sempre quis pesquisar e
trabalhar com história medieval. É um campo muito maior aqui na Europa do que
no Brasil", afirma Monteiro.
Esse interesse é impulsionado pela capacidade ociosa
das instituições portuguesas e pelos cortes do orçamento das universidades.
Ao contrário do Brasil, as públicas concentram a
maior parte dos alunos do ensino superior português (81,8% das 371 mil
matrículas). Apesar de públicas, há cobrança de taxa dos graduandos.
Em Coimbra, por exemplo, os
estudantes portugueses desembolsam cerca de 1.000 euros (R$ 3.150) por ano. Já
o valor cobrado dos brasileiros em igual período chega a 7.000 euros (R$
22.050).
"Temos absolutamente que crescer nessa área.
Isso tem a ver com a sobrevivência da rede universitária portuguesa",
disse o reitor da Universidade do Algarve, António Branco, em entrevista à
rádio universitária. "Só no Brasil ficam milhões de pessoas de fora do
ensino superior público."
De acordo com os dados oficiais mais recentes, de
2012, foram oferecidas 610,7 mil vagas em instituições públicas de ensino
superior no Brasil. Neste ano, o Enem registrou 8,7 milhões de candidatos
inscritos.
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2014/11/1544555-universidades-publicas-de-portugal-estudam-adesao-macica-ao-enem.shtml
Nenhum comentário:
Postar um comentário