1º. Deslizes de português
Ao ler a redação de um aluno, o professor espera encontrar um texto que apresente ideias bem articuladas, argumentadas e fundamentadas com credibilidade. Porém, um erro gramatical pode colocar tudo isso a perder, pois é fundamental que o escritor consiga expressar-se de modo claro, correto e adequado. Expressões como para mim ler ou erros de concordância verbal podem ser fatais. Observe, no exemplo a seguir, que a frase “O fato de que as vagas nas universidades públicas continua a favor da elite já deixou de ser novidade” estabelece uma concordância verbal indevida com a palavra vagas. A frase correta seria: “O fato de que as vagas nas universidades públicas continuam a favor da elite já deixou de ser novidade”.
2º. A repetição de palavras próximas
Uma das falhas que mais causam impressão desagradável em quem lê um texto é a repetição insistente de uma mesma palavra em lugares próximos. A leitura não só aborrece o leitor, mas o faz pensar que o escritor não domina seu próprio vocabulário. Observe o exemplo abaixo:
“O presidente do Palmeiras, Silvano Eustáquio, afirmou que o time tem todas as condições para ganhar o campeonato. Segundo o presidente do Palmeiras, com Miudinho na zaga, o gol palmeirense será impenetrável. Na opinião do presidente do Palmeiras, a torcida só terá motivos de alegria.”
A coesão lexical permite evitar a repetição de palavras e, também, unir partes de um texto. Uma maneira para alcançá-la é o uso de sinônimos. Confira:
“O presidente do Palmeiras, Silvano Eustáquio, afirmou que o time tem todas as condições para ganhar o campeonato. Segundo o dirigente, com Miudinho na zaga, o gol palmeirense será impenetrável. Na opinião do cartola, a torcida só terá motivos de alegria.”
3º. Falta de articulação
Coerência, coesão e clareza são essenciais para elaborar um bom texto. Um depende do outro para interligar argumentos e organizá-los da melhor maneira possível, e garantir aos leitores a possibilidade de extrair conclusões apropriadas. Na frase a seguir, o redator cometeu uma redundância ao utilizar como epor exemplo. Observe:
“Projetos como por exemplo o cursinho para negros na UFSCar, já estão sendo colocados em prática.”
Ou você usa apenas como, ou reestrutura a frase e usa o por exemplo, mas não os dois juntos. Veja como fica melhor assim:
“Projetos como o cursinho para negros na UFSCar já estão sendo colocados em prática.”
4º. Amontoado de informações
Não caia no conto de que quanto mais você escrever sobre o assunto, melhor será a sua redação. O leitor não quer perder tempo lendo textos extensos, repletos de informações que acabam confundindo e não esclarecendo.
A organização dos pensamentos é essencial na preparação que precede um texto bem redigido. É preciso anotar todas as ideias que passam pela cabeça em relação ao assunto sobre o qual se quer escrever. Não deixe de registrar conceitos e “sacadas”, que podem ser aproveitados na redação posteriormente. O ideal é anotar em um rascunho as ideias relacionadas ao assunto da maneira mais espontânea possível, só depois selecionar as informações que realmente vale a pena manter no texto, e na sequência conferir o vocabulário e a ortografia. Primeiramente vem o conteúdo; em seguida, a forma.
5º. Raciocínios emaranhados
Escrever com objetividade é sinônimo de dizer tudo o que é preciso sem perder de vista o objetivo proposto. Não fale sobre o que não sabe, o leitor logo descobrirá se o redator estiver “blefando” sobre alguma informação, sobretudo se a afirmação for artificial, o que demonstra insegurança ao lidar com o assunto. O importante é se guiar por raciocínios e informações que ele domine, sem se preocupar em causar impressões falsas.
Confira também as falhas que podem arruinar a sua redação no Enem:
- Fugir ao tema proposto;
- Não atender ao gênero textual solicitado (dissertação argumentativa);
- Estar em branco ou apresentar menos de sete linhas;
- Extrapolar o espaço delimitado.
Fonte:
ALBUQUERQUE, Evaneide Nóbrega. Os 10 pecados da redação. Revista Língua Portuguesa.Especial Redação 2012. São Paulo, n.5, p. 24-29, ago. 2011.
Por Flávia Menezes Bergamaschi
Nenhum comentário:
Postar um comentário