sábado, 10 de setembro de 2016

O QUE ESPERAR DO ENEM DE 2016

     Saiba quais são os conteúdos e habilidades mais cobrados no exame e veja o que pode mudar na avaliação no próximo ano.

06 de Setembro 2016 - Laís Semis
Alunos durante a prova de 2015
    A 18ª edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) acontecerá nos dias 5 e 6 de novembro. Nos últimos anos, a avaliação se tornou porta de entrada para diversas universidades e cursos técnicos do país. Consequentemente, ganhou mais relevância na agenda não só de alunos e professores da etapa final do Ensino Básico, mas de outros jovens e adultos que buscam ingressar no Ensino Superior.      Só neste ano, são mais de 8,6 milhões de inscritos. Em 2009, quando ocorreram mudanças drásticas na prova, com a incorporação de diversos conteúdos curriculares e o aumento do tamanho da avaliação, esse número não passava de 4,1 milhões.
    Apesar das mudanças no modelo e na finalidade do Enem, há alguns conteúdos e habilidades que costumam aparecer todos os anos. Abaixo, confira um resumo do levantamento dos temas mais presentes desde 1998, quando o exame foi criado. O estudo, feito pelo AppProva, plataforma que reúne questões de diversos concursos, mapeou 10 conteúdos mais cobrados de cada disciplina e 30 habilidades para cada uma das quatro áreas em que a prova se divide.

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 
    Nesta área, as questões têm se concentrado em avaliar se os alunos sabem identificar linguagens e gêneros textuais e se conseguem relacionar informações e entender o uso e função social de diferentes estruturas linguísticas. Por isso mesmo, as perguntas de Língua Portuguesa e Literatura que mais apareceram nas últimas edições são sobre variação linguística, interpretação de texto e intertextualidade. Nas línguas estrangeiras, com Inglês e Espanhol, o foco é interpretação de textos jornalísticos e tirinhas. Já nas artes, cobra-se que os inscritos saibam reconhecer e analisar funções da Arte, da linguagem corporal e da diversidade artística. No que diz respeito às tecnologias, o que o Enem considera importante é reconhecer a função e o impacto social das novas mídias. 

Ciências da Natureza e suas Tecnologias 
    Assim como na área de Linguagens, este campo também cobra que os alunos saibam relacionar e confrontar informações científicas. Além disso, as questões costumam avaliar se a pessoa é capaz de reconhecer, relacionar e explicar características, propriedades e etapas de fenômenos e processos biológicos, químicos ou físicos e avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas. Em Biologia, conhecimentos em ecologia são os mais cobrados, seguidos de anatomia e fisiologia humana, evolução e genética. Na Física, os principais temas são energia, termodinâmica e eletricidade. Na Química, os conteúdos mais evidentes são a química orgânica e inorgânica, as propriedades da matéria e a química ambiental. 

Matemática e suas Tecnologias 
    Gráficos, tabelas, razão, proporção, porcentagem e juros estão no topo da lista das questões mais presentes em Matemática. Espera-se, principalmente, que o aluno saiba resolver situações-problema envolvendo conhecimentos numéricos e geométricos e analisar informações e resolver problemas com dados apresentados em gráficos e tabelas. 

Ciências Humanas e suas Tecnologias 
    Nesta área, as principais habilidades cobradas dos inscritos é a interpretação histórica e geográfica, a análise de fontes documentais, a identificação, comparação e avaliação de manifestações sociais, políticas, culturais e artísticas. Nas questões de História, a história brasileira é o que mais aparece, com os períodos da ditadura, da oligarquia e da era Vargas. Em Geografia, a exploração dos recursos naturais, problemas urbanos e agroindústria são os temas mais presentes no Enem desde 1998. Em Filosofia, ética e política estão no topo da lista dos temas mais cobrados, e, em Sociologia, são a cultura, valores e as relações indivíduo-sociedade que se destacam.
    Mesmo sabendo o que mais se cobra no Enem, o mais indicado para escolas e professores que desejam ajudar os alunos a obter um bom desempenho na avaliação é apostar em ações regulares, capazes de garantir uma aprendizagem consistente, e não focadas exclusivamente no exame.

O futuro do exame

    Para 2017, o Enem deve sofrer novas mudanças, de acordo com Maria Inês Fini, presidente do  Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e membro do grupo que criou e implementou a avaliação, em 1998. Ainda não há nenhuma resolução, mas espera-se que haja alterações na estrutura pedagógica e metodológica do exame.
    Nilson Machado, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP) e também participante do grupo que criou a matriz de referência da prova, prevê três cenários possíveis para a prova a partir do próximo ano. Os dois primeiros são opostos. O primeiro levaria o Enem a perder as características de vestibular, retornando à trajetória inicial de diagnóstico da Educação Básica. O segundo seria a consolidação do caráter de processo seletivo. “Quando se tem uma proposta de diagnóstico, a intenção é que todos tenham um bom desempenho. Já em um processo seletivo, as vagas são limitadas e só ficam os que tiveram a melhor nota. Esses dois projetos não casam”, justifica.
    A terceira solução é intermediária: o Enem manteria a característica diagnóstica e a nota seria apenas um indicador de que a pessoa está preparada para ingressar no Ensino Superior. “É o que acontece com testes de línguas, por exemplo. Você não vai estudar em nenhuma universidade estrangeira só por conta de uma boa nota no exame, mas ele indica que você está preparado para estudar naquela língua”, explica Nilson.

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