sábado, 3 de setembro de 2016

ATUALIDADES

A OBESIDADE INFANTIL NA BALANÇA



Tempos modernos: doenças como diabetes, hipertensão arterial, aumento de colesterol e trigliceridios já foram problemas dos mais velhos, agora, fazem parte também dos consultórios pediátricos. 
A carga genética deixou de ser uma simples tendência e passou a se manifestar cada vez mais cedo por causa do estilo de vida urbano que modela o cotidiano da garotada: sedentarismo, alimentação pouco saudável e estresse. 
Quantas bicicletas e bolas foram substituídas por TVs e computadores! Em compensação, as crianças são mais independentes: até fazem pipoca sozinhas no micro-ondas ou usam as sanduicheiras com mais perícia do que os adultos - o que, na verdade, facilita o consumo de guloseimas! 
Este é um aspecto mal resolvido dos novos tempos. No corre-corre da vida diária com os adultos trabalhando o dia inteiro, as crianças têm menos disciplina na alimentação.
A troca da comida caseira e tradicional por alimentos de alto teor calórico, assim como da água, do suco natural e do leite por soluções práticas como refrigerantes e sucos industrializados vem se tornando um mau hábito nas famílias. 
Some-se a isso os exageros dos “big-sanduíches” em promoção nas cadeias de fast-food, a pipoca vendida em enormes e fascinantes sacos e de copos de 500 e 700ml de refrigerante, que atraem até os adultos quando vão ao cinema. O resultado é o excesso de peso provocado pela falta de limite comportamental. 
Mas os erros alimentares ocorrem em todas as classes sociais: nas privilegiadas, porque usam mais os fast-foods e as cantinas dos colégios; nas menos favorecidas, porque os preços dos alimentos energéticos e calóricos (carboidratos e gorduras, como pão, arroz, macarrão, óleo) são mais baratos do que os alimentos reguladores (frutas, verduras e legumes) e os construtores (leite, carne e ovos). 
Mas, se hoje os pais não estão tão presentes como gostariam, é preciso reinventar formas alternativas para resgatar um pouco do natural e saudável que as crianças perderam. E, sem culpas, porque quantidade não é qualidade. A maior ausência deve ser compensada com carinho e não com concessões prejudiciais à saúde da criança. 
A família tem grande influência nos hábitos alimentares dos filhos. O cardápio da casa, as refeições em conjunto (mesmo que sejam apenas no jantar ou nos finais de semana), os comentários favoráveis sobre a comida e a valorização do que é saudável contribuem para a educação alimentar. Estes ensinamentos são melhor compreendidos através do exemplo. Quando os pais relaxam a própria saúde, fica difícil convencer os filhos de que o assunto é importante.
 
Um outro aspecto é em relação à atividade física, que faz parte do desenvolvimento da criança. Se programada ou livre, vai depender das oportunidades de cada um: da praia perto de casa, do espaço no condomínio, do clube próximo, do esporte praticado com prazer no colégio ou na academia. Não se fala aqui da preparação de um atleta, mas do prazer natural de uma criança em se expandir fisicamente, em usar a energia que lhe é própria. Mesmo os mais tímidos e estudiosos ou fanáticos por videogames, acabam se entusiasmando quando enturmados.
É melhor prevenir a obesidade para evitar o sacrifício que envolve a perda de peso. Se já é ruim para o adulto, fica mais difícil ainda para as crianças. E quanto mais tempo a criança se mantiver acima do peso, maior a tendência de continuar assim na adolescência e na fase adulta. 
Nesses casos, quanto mais cedo se buscar ajuda, melhor. A orientação de um nutrólogo ou nutricionista pode ser decisiva na modificação dos hábitos de toda a família, trazendo de volta a convivência com o leite, as hortaliças e as diversas possibilidades de se preparar carnes saborosas. 
Mas, aqui vão alguns lembretes que ajudam as crianças acima do peso a voltarem à forma:
- o exemplo da família é fundamental para a reeducação alimentar da criança;
- dê ênfase aos alimentos que a criança pode comer, e não às proibições. É preferível convidá-la a fazer uma salada de frutas, por exemplo, do que ficar impedindo que coma outras coisas. O mesmo deve acontecer em relação aos exercícios físicos. O ideal é que se transformem numa prazerosa atividade familiar ou com a “turma” ;
- prepare alimentos saudáveis para toda a família, para que a criança não se sinta discriminada;
- sirva os pratos para melhor controlar as porções e evitar que a criança coma acima do que deve, mas faça com todos, de maneira natural;
- ofereça um bom café da manhã com cereal com pouco açúcar, leite desnatado, yogurt desnatado com granola, frutas e dê preferência aos pães integrais;
- planeje uma merenda nutritiva e saborosa, preferindo água a refrigerante ou suco adoçado com açúcar; frutas frescas e pães integrais;
- tente novamente e sempre. Crianças que não gostam de brócolis ou couve-flor acabam capitulando depois de vê-los saboreados com frequência e prazer.

Fonte: Escola 24h

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